Capital próprio ou capital de terceiros?

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Como se sabe, existem dois tipos de capital investido em todos os negócios: permanente, ou seja, próprio, e de terceiros. O capital próprio representa o dinheiro investido pelo empresário, que não precisa necessariamente ser reembolsado e é conhecido como investimento permanente e. Isso representa o patrimônio líquido da empresa. Por outro lado, o capital de terceiros representa o capital que foi tomado emprestado e que deve ser reembolsado. Isso inclui, para citar apenas alguns, empréstimos bancários ou pessoais, contas a pagar a fornecedores e impostos de renda e outros itens.

A partir desse ponto, os impostos a serem retidos podem ser apontados como um motivo incomum. Algumas empresas utilizam esses recursos como capital de giro, sujeito a pagamento posterior. Mas esta é uma prática perigosa e imprópria, como muitos descobriram após experiências amargas. Como a Receita Federal e Estadual no caso dos ICMs, encontrou esse problema inúmeras vezes, e hoje eles tornam virtualmente impossível que esses mecanismos de adiamentos de recolhimento se impostos sejam usados para fins privados. Os impostos retidos são “fundos fiduciários” e, portanto, sua conversão, mesmo provisória, para uso privado, é equivocada. Eles devem ser sempre mantidos, na forma de reservas de dinheiro, e estar disponíveis para serem pagos rapidamente quando devidos.

A distinção feita entre capital de terceiros e capital próprio é importante. O capital próprio, pelo risco que significa, deve ser fornecido pelos empresários ou acionistas da empresa: aqueles que assumem o risco. Cada um desses capitais tem sua importância em uma política financeira sólida da empresa, mas muitas vezes esse fato não é levado em consideração. O crédito bancário ou comercial, embora altamente desejável e útil, nunca é um substituto estável e seguro para o capital de risco ou capital próprio. Os planos para um futuro distante, baseados na crença de que créditos desse tipo serão obtidos, muitas vezes resultam em grave perigo e prejuízo para as finanças da empresa e dos seus sócios.

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Vejamos agora a origem desses fundos, seguindo mais ou menos a ordem cronológica de desenvolvimento normal de uma nova empresa. Um negócio começa naturalmente, com um investimento inicial dos sócios, às vezes acompanhado de dinheiro emprestado por amigos ou outras pessoas, tudo complementado talvez por somas de crédito comercial. Em segundo lugar, quando o negócio está em andamento e há sinais promissores, o crédito bancário é recebido. Nesse ponto, é necessário ter uma boa amizade ou contato no banco com o qual o empresário é cliente. Em geral todo banqueiro se orgulha do sucesso de seus clientes e sente grande satisfação pessoal pelo que o cliente alcança. Muitas vezes acontece que aqueles que dirigem pequenas empresas têm algum receio do banqueiro. Eles ao não confiarem totalmente, como resultado, não obtêm o máximo de benefícios de seus relacionamentos no banco. Um banqueiro competente, é claro, não é um gênio-poderoso que sabe mais sobre negócios do que os próprios empresários. Mas, em geral ele tem amplos contatos e inúmeras fontes de informações e que assim podem ser um excelente conselheiro, a quem se pode recorrer quando se trata de questões financeiras e estabelecer uma linha de crédito.

Bancos muito ativos, familiarizados com as atividades das empresas em desenvolvimento e seus problemas, têm planos preparados com antecedência para aplicar nessas empresas. Esses planos especiais permitem que muitas empresas em desenvolvimento cruzem o perigoso penhasco, ou seja, ou seja, quando o período após as vendas começa a minar a capacidade financeira para sustentá-las antes do capital próprio adicional que a empresa teria que obter para aplicar no negócio. É claro que também é importante destacar o excelente desempenho dos financiamentos comerciais na concessão de facilidades financeiras de curto e longo prazo, nos casos em que, por uma razão ou outra, não seja possível obter empréstimos bancários suficientes. Entretanto, o valor a ser obtido com empréstimos bancários ou outras formas de crédito, tem sempre uma relação definida com o capital permanente, ou seja, o capital próprio, visto que esta fonte de crédito é a base financeira da estrutura comercial. Constitui assim uma margem de segurança e risco para os demais créditos, visto que pode ser considerada como a superestrutura que se constrói com base no capital permanente, ou seja, nos recursos próprios.

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